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A cirurgia de varizes sangra muito?

Por mais incrível que pareça, apesar de operarmos as veias que contêm sangue, em geral a cirurgia de varizes não sangra tanto.

Com o advento da cirurgia de varizes a LASER, essa perda sanguínea diminuiu ainda mais. Nessa técnica endovascular de tratamento das varizes (cirurgia a LASER) a veia não é retirada, mas cauterizada e, portanto há sangramento ainda menor que a cirurgia convencional de varizes.

Cirurgia de varizes a Laser - perfurante

Cirurgia de varizes a Laser – tratamento de veia perfurante

Entretanto, nas cirurgias convencionais de varizes, com a retirada da veia safena (a chamada safenectomia) há habitualmente uma perda sanguínea maior, mas nem de longe significativa, na maioria das vezes.

Nas cirurgias de microvarizes, a perda sanguínea é quase desprezível, já que as veias e as incisões são menores.

Mais rara ainda é a ocorrência de sangramento na cirurgia de varizes que leve à necessidade de transfusão. Em minha experiência de 30 anos em cirurgia vascular, nunca vivenciei uma transfusão de sangue em cirurgia de varizes.

Cirurgia de mcrovarizes

Cirurgia de microvarizes – utilização de agulha de crochê

Quais cuidados para evitar o sangramento na cirurgia de varizes?

Quando o paciente apresenta varizes muito exuberantes, nos quais o risco de possibilidade de sangramento é grande, e não há condições de fazer a cirurgia de varizes a LASER, optamos por operar uma perna por vez (conduta de nossa equipe), justamente para evitar o risco potencial de sangramento grave.

Também podemos utilizar algumas estratégias para minimizar ainda mais o sangramento durante as cirurgias de safenectomia. Nossa equipe tem usado, de forma auxiliar, a infiltração do trajeto da veia safena com uma solução que diminui a perda sanguínea e, por consequência, o hematoma no trajeto da retirada desta veia.

Causas de sangramentos em cirurgia de varizes

Uma situação clínica raríssima em cirurgia de varizes, que poderia levar a sangramento volumoso e que pudesse desencadear a necessidade de transfusão é se houver alguma intercorrência intra-operatória.

Na literatura internacional há descrições de casos de complicações hemorrágicas. Isso ocorre porque em muitos países (mesmo na Europa e Estados Unidos da América), muitas das cirurgias de varizes são feitas por cirurgiões com formação generalista, não especializada.

Felizmente o sangramento volumoso em cirurgia de varizes no Brasil é muito raro, graças ao fato de as cirurgias de varizes serem realizadas por cirurgiões vasculares com treinamento e formação específica.

Uma outra situação, mais incomum, e que poderia levar a um sangramento de maiores proporções em cirurgia de varizes é quando o paciente é portador de alguma doença que favoreça a hemorragias. É o caso, por exemplo, da plaquetopenia (poucas plaquetas no sangue). As plaquetas são fragmentos celulares muito  importantes no processo de coagulação e a diminuição da quantidade delas no sangue durante a cirurgia poderia incorrer em sangramento anormal. Mas esta condição específica é facilmente detectada durante os exames pré-operatórios da cirurgia de varizes. Caso ela seja detectada o cirurgião poderá solicitar avaliação de um hematologista. Neste caso, o especialista orientará a conduta ou mesmo contra-indicará a cirurgia.

Obviamente, portadores de outras doenças hemorrágicas como hemofilia e Doença de Von Willebrand devem ter suas indicações de cirurgia de varizes bem avaliadas e técnicas alternativas à cirurgia devem ser consideradas.

Realizar a cirurgia de varizes com um especialista em cirurgia vascular também é um fator que diminui o risco de sangramento. Um especialista está mais preparado para as cirurgias de varizes que um outro cirurgião que não está habituado com as características próprias desse tipo de cirurgia.

Desta forma, resumindo, em safenectomias habituais a possibilidade de sangramento que imponha reposição sanguínea é rara, principalmente quando se usa a técnica de endolaser e a cirurgia é realizada por um cirurgião vascular habilitado, experiente e competente.

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