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Tromboangeíte Obliterante. Que doença vascular é essa?

A tromboangeíte obliterante (também conhecida como Doença de Buerger) é uma doença que acomete as artérias de pequeno e/ou médio calibre, causando obstrução, de caráter inflamatório, de causa não esclarecida, mas intimamente relacionada ao hábito do tabagismo.

Como ocorre esse processo de obstrução das artérias?

Seu nome explica a doença Tromboangeíte obliterante significa inflamação (angeíte) com formação de trombos (trombo) causando obstrução (obliterante) dos vasos sanguíneos.

Tipicamente a doença causa obstrução (entupimento) daquelas artérias dos membros inferiores e superiores mais frequentemente localizadas abaixo dos joelhos e dos cotovelos.Também pode haver manifestação nas veias com quadro clínico de trombose venosa superficial (a chamada tromboflebite superficial).

Distribuição e causa

Diferentemente da doença arterial obstrutiva aterosclerótica, que acomete pacientes mais idosos e diabéticos, a tromboangeíte obliterante acomete pacientes mais jovens, frequentemente iniciando entre os 35 e 45 anos.

Nos Estados Unidos da América a doença acomete aproximadamente 12,6 pessoas por 100.000 habitantes, portanto não é tão frequente, mas nos fumantes a taxa é muito mais alta.

Originalmente, quando da descrição original da doença em 1879, e logo após ser associada ao tabagismo, no início do século passado, a doença era quase exclusivamente diagnosticada em homens. Isso porque a taxa de tabagismo feminino era muito baixa. Mas após a segunda metade do século XX, a doença se tornou cada vez mais frequente nas mulheres, porque as mulheres após a segunda guerra mundial se tornaram mais frequentemente tabagistas. Entretanto, ainda hoje o sexo masculino continua sendo o sexo mas afetado pela tromboangeíte obliterante.

Sinais e sintomas da tromboangeíte obliterante

A apresentação clínica é muito parecida com a doença aterosclerótica periférica, exceto pela idade (como já explicado previamente). Por causar redução de fluxo sanguíneo nos tecidos, inicialmente os pacientes podem começar a sentir frialdades e arroxeamento nas extremidades (dedos) e dor para caminhar. Inicialmente a dor para andar é para longa distâncias e depois, progressivamente a dor se apresenta para distâncias mais curtas de marcha.

Com a progressão da doença, mais artérias vão entupindo (obstruindo) e a doença vai causando gangrenas nos pés e mãos.O quadro é evolutivo e se o paciente não para de fumar, mais gangrenas vão ocorrendo e não é incomum ver pessoas na faixa dos 40-50 anos já sem pés e mãos. A taxa de amputação é extremamente elevada.

Existem 5 critérios clínicos característicos para o diagnóstico de tromboangeíte obliterante:

  • história de fumo;
  • início dos sintomas abaixo dos 50 anos de idade;
  • lesões arteriais obstrutivas nas artérias abaixo dos joelhos e/ou envolvimento das artérias do membro superior;
  • presença de tromboflebite migratória;
  • ausência de outros fatores de risco para aterosclerose

Tratamento

Não há tratamento específico. Não há remédios que façam o desentupimento das artérias. Usamos algumas medicações que, de forma indireta, podem facilitar o sangue a chegar nas extremidades.

As cirurgias de revascularização (angioplastias com stents, pontes de safenas, etc.) nem sempre são possíveis e raramente produzem bom resultados se o paciente não para de fumar.

Em certos casos, são necessárias cirurgias em que alguns nervos são seccionados no abdome (simpatectomia lombar) na tentativa de diminuir a resistência ao escasso fluxo sanguíneo daquela extremidade isquêmica.

O mais importante para impedir a progressão da doença é parar de fumar.

Fontes de informação para esse artigo:

  1. Fontoura BP, Zagonel AS, Zambiasi AR, Dalbosco AK, Neto RG. TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE: ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS. InCongresso Internacional em Saúde 2021 Jul 1 (No. 8).
  2. Tinoco PC. Tromboangeíte obliterante: diagnóstico, manejo e tratamento. RBAC. 2016;48(4):307-10.
  3. Araújo M. Arterites e Vasculites de Interesse Cirúrgico.
  4. Mariño JL, Gallego EL, Carballo EP, Arias FX, Holguín JP, Castañeda LV. VINTAGE TECHNIQUE IN VASCULAR SURGERY: LUMBAR SYMPATHECTOMY IN CRITICAL LIMB ISCHEMIA. Angiologia e Cirurgia Vascular. 2021 Jun 3;17(1):47-50.
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